CRÔNICA DE GUTO DE PAULA: PALAVRAS VAZIAS E CARAS.
Cobra-se de uma gestão seja ela Municipal, Estadual ou Federal que retire suas viseiras e amplie sua visão periférica. Considerando as devidas complexidades de um poder e a amplitude de seus problemas.
Na questão Federal a preocupação e as responsabilidades são infinitamente maiores. A dependência de convencer uma Câmara e um Senado para poder agir será sempre um dos seus maiores desafios.
As manobras políticas, os acordos envolvem inúmeras questões e depara-se com inúmeras situações. Estamos vivendo hoje o que o Governo quer implantar na questão da Previdenciária e não será diferente quando se pensar em reforma na Política, na Justiça e na Educação.
E por fora estão às manifestações públicas que em cultural regime de procissão saem às ruas para protestar ou para posicionar-se a favor. Não exatamente nessa ordem, mas sem muita representatividade, pois existem sempre aqueles que se acomodam e deixam o trabalho para que outros se encarreguem do problema. Na realidade a maioria fica em casa. Porem se fosse ao contrário muita coisa poderia mudar.
Não existe governo que resista a uma manifestação publica que pare o país e que invada as ruas de forma consistente.
Na questão Estadual a coisa não deixa de ser complexa, embora as negociações com o Legislativo sejam mais fáceis de controlar. Também existem manifestações públicas de repúdio e pressionam a ponto de promoverem greves e firmarem o pé em suas propostas. Isso até que o confronto passe para a mesa das negociações e os ânimos sejam arrefecidos.
No município as características que poderiam ser semelhantes na realidade são muito diferentes. Os gestores municipais fazem quase sempre o que bem entendem. O legislativo por ser infinitamente menor até que pode resistir, mas quase sempre acaba se rendendo.
O povo fica quase sempre a “ver navios” e recorre ao Ministério Público para conseguir o que acredita ser seu direito. Dificilmente uma Casa Legislativa Municipal, que por sinal tem um custo elevado para o município com uma produção pra lá de discutível, para não se afirmar que seja desnecessária onerosa e improdutiva.
Digo isso porque onde se estabelece um Ministério Publico atuante e com poder suficiente para coibir qualquer improbidade administrativa que venha de encontro aos interesses do povo, faz com que a Câmara Municipal seja apenas
um parlatório de inúmeras frases vazias. Composta na sua grande maioria por legisladores que não conhecem a fundo nem o Regime Interno da Casa.
E isso acontece no Brasil inteiro e o contribuinte paga os salários, os privilégios e as regalias de um poder apenas representativo que quase todas às vezes em todos os municípios do país se rendem aos interesses do Executivo.
Os legisladores municipais representam para o município, menos saúde, menos educação e menores ações sociais. Quando maior seus componentes, maior é o custo. E até agora ninguém fez a pergunta que não quer calar: Qual será mesmo a produtividade real desses legisladores? Que agem na individualidade, todo mundo sabe. Sabe tanto que até vota e faz campanha. Mas, na amplitude do contexto municipal qual será mesmo sua ação positiva?
Alguns países europeus já entenderam isso e determinaram que vereadores não recebessem salários. Entenderam que legislativo municipal só é importante para a Politica em momento de campanha, pois sua função é de serem cabos eleitorais pagos com o dinheiro dos contribuintes. Após o resultado da eleição são os primeiros a serem esquecidos ou desconsiderados.
Como já dizia Chico Anísio: “Palavras são palavras, nada mais que palavras”. Não seria assim um grande problema se não fossem tão vazias e tão caras.
A crônica de hoje é dedicada ao Amigo Everaldo Galvão, ao Dr. David Bessa e a amiga Jacira Wanderley.
Colunista Guto de Paula / Tv Web Barreiras.
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