CRÔNICA DE GUTO DE PAULA: FRAGILIDADE, BELEZA E CAPACIDADE.
No dia de hoje em 1999, após o assassinato das irmãs Mirabal ( Minerva, Pátria e Maria Tereza), cujas mortes foram ordenadas pelo ditador dominicano Rafael Leônidas Trujillo, a ONU oficializa o dia 25 de novembro como “Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres”.
No Brasil a Lei Maria da Penha tem freado a disposição machista da violência contra as mulheres, mas apesar do rigor da Lei, esse problema social ainda existe e continua produzindo índices muito aquém do esperado.
As mulheres continuam sendo vítimas da ignorância, da prepotência, da falta de informação e da sanha criminosa de homens desequilibrados e sem princípios.
Em um mundo eminentemente machista, onde estão sendo necessários dois mil e tantos anos para que as mulheres ocupem seu lugar de direito na História, os avanços são ainda muito pequenos. Diria até inexpressivos. As discriminações partem da política, da sociedade e até por influência religiosa. Mesmo assim e de forma muito rara mulheres alcançaram postos que pertenciam culturalmente e historicamente apenas aos homens.
Mas, nesse mundo pós-moderno de inúmeras conquistas tecnológicas de quebras de paradigmas e de velocidades supersônicas as mulheres estão frequentando cursos universitários em esmagadora maioria. O resultado disso é que o conhecimento adquirido será a mola propulsora dos avanços necessários para que as mulheres ocupem posições, cargos e incumbências que até hoje estão sendo dificultadas ou simplesmente negadas.
O conhecimento libertador está sendo gerado. Os homens não estão apenas perdendo espaço social, pois terão muito breve que lutar lado a lado para continuarem inseridos no contexto, não por serem apenas homens, mas por deterem também capacidade e competência.
Todavia, biologicamente mulher será sempre mulher na delicadeza, na beleza, na candura e no indispensável sentimento maternal. Frágil se comparada ao homem, porem sagaz, determinada e convicta de sua situação. Podem ir muito longe e até ultrapassar as capacidades masculinas pois conseguem faze tudo issoe muito mais calçando os torturantes sapatos altos. Torturada pela dor de sua condição feminina que exige além da capacidade individual a cobrança até irracional de sua aparência que precisa ser sempre impecável em um mundo movimentado pelos ditames da moda e da mídia.
Coisas irrelevantes para os homens que até em determinadas situações precisam ser feios e truculentos para imporem supostamente maior respeito.
Tribos indígenas pintavam a cara para intimidar os inimigos. Policiais da década de vinte em muitos países tinham que obrigatoriamente usar bigodes e barbas imensas para imporem o mesmo suposto respeito. Mas a mulher foi sempre mulher e se conseguiu galgar melhores situações foi quase que sempre através de sua beleza ou de sua aparência.
Em tempo não muito distante foi a mão de obra fundamental no advento que disparou a Revolução Industrial nas linhas de montagem. Levou centenas de anos para adquirir o direito de votar e ser votada.
Porém, tudo isso está ficando para traz quando sua participação social está crescendo de forma geométrica e sistemática e a condição mulher capaz, produtiva, determinada e competente está valendo muito mais que o fato natural de ser apenas frágil agradável e bonita.
O que precisa mudar mesmo e ser banida da sociedade moderna é essa insana e persistente violência que ainda incide sobre a mulher. Consequência da demência de homens que esquecem nesse momento de desvario que foram gerados por uma mulher.
A crônica de hoje é dedicada a sindicalista Carmélia da Mata, a legisladora Karlucia Macedo e a publicitária Berê Brasil, mulheres inseridas no contexto muito mais por sua capacidade do que pela beleza física.
Boa tarde!
Guto de Paula / Tv Web Barreiras.
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